terça-feira, 6 de maio de 2014

Novos fenômenos climáticos ameaçam os mercados

El Niño pode gerar alívio para fornecimento de energia e água

Carlos Plácido Teixeira
Colunista - Diário do Comércio - Radar do Futuro

Não bastassem os problemas gerados pelo clima no começo do ano, que afetaram tanto o mercado brasileiro, com a chuva insuficiente na região Sudeste, quanto os Estados Unidos, com secas e nevascas, além de outras regiões do planeta, previsões envolvendo questões climáticas prometem gerar instabilidades adicionais no planeta. Inclusive nos mercados de agronegócios e de minerais. A possibilidade de ocorrer o fenômeno El Niño, levantada por vários organismos associados ao monitoramento do clima, cria a expectativa de novos registros fora do padrão. Os efeitos podem até ser positivos, como chuvas fora de época, para alívio das hidrelétricas e dos reservatórios de água que abastecem São Paulo.


Segundo a Organização Meteorológica Mundial, agência vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), é possível que ocorra o El Niño até em meados deste ano. Segundo a agência, as temperaturas do Oceano Pacífico estão subindo. Como consequência, os meteorologistas dos Estados Unidos estão prevendo que há 65% de chances de ocorrer o fenômeno até o fim do ano. Na Austrália, os especialistas apontam para uma probabilidade de 70%.


O El Niño ocorre quando os ventos no Pacífico equatorial arrefecem ou invertem a direção. Isso aquece a água do mar em uma vasta área e pode alterar os padrões climáticos em todo o mundo. Os efeitos incluem chuvas e secas anormais em diversas partes do globo, além de aumento ou queda de temperatura. No Brasil, podem ocorrer chuvas fora de época


Em 1997, um El Niño recorde causou fortes chuvas e deslizamentos na Califórnia e falta de água na Austrália. O El Niño é associado a fortes aumentos de preços em mercados de commodities, de café e soja ao níquel. Segundo meios de comunicação internacionais, especialistas identificam indícios de que, caso de se confirme, os efeitos serão significativos.


As especulações envolvendo o clima, desde o início do ano, podem ser uma boa notícia para o comércio exterior brasileiro. Ou uma novidade negativa para a inflação. Depende apenas do ponto de vista. Em ambos os casos, avaliações são resultantes da continuidade dos preços. O receio de novos eventos radicais, fora do padrão, como secas ou furacões, os preços das commodities tendem a se manter em alta no mercado internacional.


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