quinta-feira, 31 de julho de 2014

Indi amplia atividades da área de inteligência

Além de apoiar empresas instaladas no Estado e atrair investimentos, agora também integra a área de comunicação
Redação
Diário do Comércio

Há pouco tempo, a área de Assessoria de Inteligência Estratégica do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi) mudou de nome. Agora, é chamada de Informação e Conhecimento, nome mais adequado dada as funções exercidas pelo departamento. Ela é responsável por levantar e tratar informações estratégicas com o objetivo de apoiar as empresas instaladas dentro do Estado e atrair novos investimentos. Esses dados norteiam decisões de investidores, empresários e do governo acerca dos rumos do desenvolvimento econômico de Minas Gerais.

O gerente de Informação e Conhecimento do Indi, Aguinaldo Héber Nogueira, esclarece que a mudança vai além do nome. Agora, a unidade integra também a área de comunicação do instituto tanto com o público interno quanto com o externo. Ele explica que 90% dos produtos gerados dentro da área de informação e conhecimento são frutos de demandas tanto das áreas operacionais do próprio Indi quanto de empresas e investidores interessados em Minas Gerais e até de estudantes de mestrado ou doutorado, que buscam informações do Estado, e da imprensa em geral.

"Os investidores, por exemplo, buscam, em primeiro lugar, informações sobre a disponibilidade de terrenos e de mão de obra, além de outras informações mais específicas sobre o segmento econômico em que eles atuam. Enquanto alguns ramos se preocupam mais com o custo da mão de obra, outros querem saber sobre a qualificação dos profissionais da região", afirma. Também são levantadas informações sobre infraestrutura disponível na região e dados sociais, demográficos e econômicos.

As demandas mais comuns, como custo de energia elétrica e gás, por exemplo, são reunidas em uma publicação chamada Custos de Insumos, atualizada anualmente assim que é feito o reajuste das tarifas. Desta forma, fica mais fácil para os interessados obterem acesso a essas informações. Outra publicação é o Minas Gerais em Números, coletânea de dados sobre os 853 municípios mineiros. Esse produto passa por mais de uma atualização por ano, já que cada um dos dados tem data para ser revisto pelos órgãos responsáveis.

Além das informações das regiões, o Indi ainda possui informações sobre os terrenos que estão disponíveis para investimento. Nogueira explica que eles são georreferenciados e o que o Indi desenvolveu uma ferramenta chamada GeoIndi para melhor apresentar essas informações para potenciais investidores. Essa mesma ferramenta ainda fornece informações sobre a cobertura vegetal da área e se há alguma restrição ambiental. "Às vezes a gente indica para um investidor um terreno disponível, mas ele tem alguma restrição e o processo de licenciamento passa a ser muito complicado. Então, para se evitar isso, já temos catalogadas as particularidades de cada terreno", explica Nogueira.

Esses terrenos entram para o banco de dados a partir de levantamento junto às prefeituras e também por solicitação dos proprietários, que fazem contato com o Indi para fazer parte da listagem.

De acordo com o gerente, as demandas surgem de todos os lugares do mundo. Atualmente, o interesse de investidores da China e da Índia, ainda segundo ele, tem aumentado muito. "Antigamente, eram mais os Estados Unidos e a União Europeia", observa. Ele lembra que o Indi tem organizado missões à China para aproximação do Estado com aquele mercado e que as demandas também são fruto desses encontros. As respostas enviadas pela unidade de informação e conhecimento às demandas que aparecem são elaboradas de acordo com dados secundários levantados em fontes oficias ou com entidades de classes.

Além desses dados, a unidade de informação e conhecimento do Indi faz levantamentos sobre a região de interesse dos investidores. Ela mostra a infraestrutura de água, energia, telecomunicação e gás existente próximo ao terreno e também quais são as rodovias, os portos, os aeroportos e as ferrovias que poderiam atender à demanda da empresa que se instalar ali. Para Nogueira, a maior dificuldade enfrentada é a desatualização dos dados. Ele explica que na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, os dados de 2013 já estão fechados, enquanto muitos dos dados do Brasil ainda são de 2010.

After care - Após o início da operação de uma empresa no Estado, o trabalho não acaba.  hora do chamado after care. " preciso entrar em contato com a empresa para saber se ela está precisando de algo, se quer expandir, se tem algum gargalo. Quanto mais tempo ficar no Estado e prosperar, melhor para a gente, então é preciso esse cuidado", diz Nogueira.

Ele lembra que há alguns anos uma lei sancionada pelo governo do Estado do Rio de Janeiro, conhecida como Lei Rosinha, fez com que a Zona da Mata mineira perdesse várias empresas para os vizinhos. Com o caso devidamente estudado, o governo de Minas editou decreto para a equalização, pelo qual o que os outros estados oferecem ele equaliza. "Com isso, foi possível reverter a perda e ainda atrair mais empreendimentos", afirma.

Formada por seis profissionais, a unidade de informação e conhecimento do Indi é bastante enxuta e diversificada. Ela conta com engenheiro, economista, administrador e comunicador. Nogueira destaca que todos os colaboradores da área têm experiência de mercado dentro do setor de inteligência. (DA REDAÇÃO)

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