terça-feira, 6 de maio de 2014

Crise na Ucrânia pode afetar retomada europeia

Crise na Ucrânia pode afetar retomada europeia


Carlos Plácido Teixeira
Colunista - Radar do Futuro - Diário do Comércio

As expectativas de uma recuperação mais forte da economia mundial podem ser frustradas também em 2014. Os efeitos da crise da Ucrânia vão além do fato de que colocam Estados Unidos e Rússia em posições opostas, com a União Europeia no meio. Os eventos podem resultar na perda de velocidade da, já lenta, saída da recessão da economia europeia. Os impactos serão globais, inclusive para países como o Brasil, que torcem para a recuperação da Europa, no momento em que a China deixa clara a absoluta falta de pressa em voltar a crescer e a economia norte-americana ainda frustra as projeções de uma expansão firme do PIB interno.

As perspectivas dos próximos meses para a economia mundial dependem fortemente das definições dos rumos do conflito, que deve ficar restrito à imposição de sanções econômicas. O Fundo Monetário Internacional reviu as previsões de crescimento da economia russa para 2014, de 1,3% para 0,2%, relacionando a baixa com a tensão geopolítica provocada pela crise na Ucrânia. Para o economista Nouriel Roubini, professor da Universidade de Nova Yorque, a economia europeia está recuperando da recessão severa. Mas a retomada econômica é frágil e anêmica. “A Zona Euro não pode dar-se ao luxo de passar por um novo choque, desta feita com uma subida dos preços devido a um corte de fornecimento de gás por parte da Rússia”, sublinhou em entrevista reproduzida pelo site Negócios Online, de Portugal.

No ambiente interno da economia brasileira, as vendas que tendem a ser relativamente mais fracas para o dia das Mães, segunda data mais importante do calendário do comércio, darão nova munição para a expansão do pessimismo, resultante do prolongamento do baixo desempenho da economia. Os candidatos Aécio Neves e Eduardo Campos, em alta nas pesquisas de opinião, terão munição adicional para críticas. CPI da Petrobras, abastecimento de energia e déficit em contas públicas serão o centro das críticas, que surtem efeito com a redução dos níveis de aprovação da presidente Dilma Rousseff.

O governo espera ter, em maio, indicadores mais favoráveis sobre o desempenho da economia. A começar por melhores dados da inflação, incluindo uma eventual queda das pressões dos preços dos alimentos. Os juros mais altos estão fazendo efeito. Com fábricas repletas de automóveis, é possível acreditar na queda da inflação. Enquanto isso, a equpe econômica anuncia novas medidas com o objetivo de atacar a inflação, como a possibilidade de elevar impostos de bens de consumo com o objetivo de alcançar a meta de superávit primário.

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