quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Programas de agregação de valor ampliam eficiência das estratégias da Fiemg


Maioria dos trabalhos feita pela Gerência de Inteligência da Federação das indústrias destina-se ao setor produtivo
Redação
Diário do Comércio

As empresas têm adotado a inteligência competitiva em suas estratégias para aumentar a eficiência na disputa de espaço em mercados cada vez mais exigentes. Para auxiliar a indústria mineira nesse trabalho, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), através de sua Gerência de Inteligência de Mercado, operou, em parceria com outros órgãos e instituições, produtos inovadores, como o Programa de Agregação de Valor ao Produto Mineiro (Pró-Valor Minas).

Os trabalhos de inteligência da Gerência, comandada por Paulo Bicalho, que conduziu essa ação, iniciaram-se em 2005 a partir de um projeto da Confederação Nacional das Indústrias (CNI). "Chamava-se Rede de Competências. Foi criada para atender demandas do setor industrial e era coordenada pelo Instituto Euvaldo Lodi Nacional (IEL). Avaliou-se que devíamos ter mais influência na política industrial. As medidas que o governo tomava eram mais bem aproveitadas pelos setores mais organizados", lembrou Bicalho.

A ideia de estimular o uso da inteligência competitiva nas empresas levou a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) a criar a Rede de Inteligência de Minas Gerais. Uma de suas metas era suprir a necessidade de instrumentos para conhecer melhor as empresas do Estado (demandas, potencial, pontos fortes e fracos). Na Fiemg, identificou-se a necessidade de criar núcleos de inteligência competitiva. Isso foi feito em 2007, primeiramente com o setor de petróleo e gás. Bicalho relata a experiência de tornar realidade o projeto. "Foi difícil a fase de implementação. Tive que estimular as equipes a seguir a metodologia. O ciclo de inteligência é composto por coleta, processamento e armazenamento da informação, análise e validação da informação e disseminação, utilização da informação estratégica", explicou.

Público-alvo - A maior parte dos trabalhos de inteligência feita pela Fiemg é destinada ao setor produtivo.  dos empresários, porém, a decisão de usar as informações da forma como quiserem. São informações de qualidade, coletadas na consistente base de dados reunida pela entidade. Nesse trabalho, usa-se muito a matriz Swot, ou Fofa, na tradução da sigla em português. Através dela, avaliam-se forças, fraquezas, oportunidades e ameaças das indústrias. No trajeto, foi feita uma correção de rota. Continua-se fazendo esse monitoramento, a estrutura, porém, está mais enxuta. Avaliou-se que era mais eficiente trabalhar por demanda. "Percebemos que fazíamos um esforço enorme e produzíamos muita informação. Mas não era muito usada pelos empresários. Tinha pouco resultado", analisou Bicalho.

Bicalho diz que o trabalho de incentivo à adoção da inteligência competitiva pelas empresas vem sendo feito há algum tempo. Um exemplo foi a criação, em 2002, da Rede de Tecnologia de Minas Gerais (Retec/MG) pela Fiemg, por meio do IEL. Trata-se de uma rede de informações e serviços que dá apoio a micro e pequenas empresas em soluções tecnológicas. Os empresários, porém, precisavam de apoio mais amplo. Surgiu então o Programa de Apoio à Melhoria e Inovação Tecnológica (Amitec), lançado em parceria pela Fiemg, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas). Seu objetivo é estimular a melhoria e a inovação tecnológica das empresas mineiras. Isso é feito por subsídio financeiro para as empresas que solicitam serviços de informação, suporte, consultoria e inovação tecnológica através da Retec. "Com a Amitec, conseguimos atender ao ciclo inteiro, da demanda à execução do projeto na empresa", disse Bicalho.

Hoje, a Gerência de Inteligência de Mercado da Fiemg quer contribuir para o fortalecimento da competitividade da indústria monitorando e analisando o mercado. Também realiza ações de desenvolvimento e qualificação dos fornecedores. Esse trabalho é feito através de alguns programas; como o Projeto Forte (que identifica potenciais fornecedores) e o Compre Bem (que identifica oportunidades de negócio). Outro é o Pró-Valor Minas, citado no início da reportagem, que contempla inicialmente a cadeia de petróleo, gás e naval.

"Uma das ferramentas mais importantes do Pró-Valor Minas é o método de Roadmapping, desenvolvido pela Universidade de Cambridge, do Reino Unido. Com ele, mostramos para as empresas oportunidades de mercado, os produtos que podem fornecer e como fazer para produzi-los e vendê-los. Os empresários estão enxergando mercados que não sabiam existir, o que esses mercados exigem e que tem que ser feito para atendê-los", disse Bicalho.

Iniciativas buscam tornar a economia mineira mais próspera

O objetivo do Programa de Agregação de Valor ao Produto Mineiro (Pró-Valor Minas) é tornar a economia mineira mais próspera e, por conseqüência, beneficiar a sociedade com a agregação de valor ao produto, aumento da oferta de empregos de qualidade e geração de renda. O Pró-Valor Minas, em conjunto com o Programa de Competitividade Industrial das Cadeias de Petróleo, Gás e Naval, está beneficiando 45 empresas dos setores metalmecânico, eletroeletrônico, metalúrgico e serviços de engenharia. São 20 do Vale do Aço (Ipatinga, Timóteo, Coronel Fabriciano e Santana do Paraíso) e 25 da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Paulo Bicalho, que comanda a Gerência de Inteligência de Mercado, explica a abrangência que o programa tem. "Não adianta só gerar informações e entregá-las. Precisamos estar dentro da empresa e ajudá-la a adquirir condições para competir no mercado", afirmou.

Primeiramente, relata Bicalho, identificou-se, através de estudos e análises realizadas pelo Pró-Valor Minas, o mercado com maior potencial para comprar os produtos feitos pelas indústrias do setor metalmecânico do Vale do Aço - no caso as cadeias produtivas de Petróleo, Gás e Naval, consideradas muito exigentes. Em seguida, analisou-se o estágio de desenvolvimento tecnológico atual dos produtos, serviços e processos das empresas. O próximo passo foi selecionar um conjunto de produtos, demandado por esses setores, que essas empresas poderiam fornecer.

Estas, então, escolheram a família de equipamentos que poderiam produzir - a curto, médio e longo prazo. Equipamentos com maior valor agregado, que ainda não fazem parte de suas linhas de produção. "Avaliamos os recursos de que elas precisariam para fazer esses produtos mais sofisticados. Tais como recursos financeiros, estrutura, pessoal, processos e máquinas", explicou Bicalho, acrescentando que o Sistema Fiemg apresenta linhas de financiamento adequadas a cada caso.

Como resultado do Pró-Valor Minas foram elaborados para as empresas participantes projetos coletivos e projetos individuais, estes últimos elaborados especificamente para cada empresa. O objetivo é capacitar as empresas para o fornecimento às cadeias de petróleo, gás e naval. Ao todo foram 59 projetos individuais.

Foram elencados também programas estruturantes, voltados a todas as empresas, que suprem lacunas de fornecimento, envolvendo questões como serviços técnicos e tecnológicos de suporte a projetos de inovação; estruturação de centro de engenharia; infraestrutura e equipamentos, capacitação técnica; desenvolvimento de novos mercados. Estes programas envolvem o apoio de entidades de classe, governos e parcerias público-privadas.

Foram identificados também 115 produtos possíveis de serem fabricados pelas empresas localizadas no Vale do Aço, considerando as competências técnicas e a tradição de fornecimento para o setor metalmecânico.

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