terça-feira, 1 de julho de 2014

Desconexão entre planos e a gestão do cotidiano

Falta de foco atrapalha a implantação de estratégias empresariais


Fonte: Exame

Mais da metade (55%) dos executivos de todo o mundo disse que suas companhias não estão focadas na execução de suas estratégias, e quase a totalidade deles (96%) se preocupa com pelo menos uma barreira para chegar ao sucesso.

Para Carlos Eduardo Gondim, diretor da Strategy&, há falhas tanto na elaboração do planejameno, quanto na comunicação de como ele será executado. "Há uma desconexão. Muitas vezes, as pessoas não conseguem ver aquela aspiração na prática porque as prioridades do dia a dia, o urgente, tomam o lugar do que é essencial para a empresa, da meta", afirma.

Quanto à definição da estratégia, ele diz que muitas companhias focam no que o mercado exige, mas esquecem de checar se aquilo é compatível com sua cultura e com os recursos que elas têm disponíveis.

"Elas precisam entender no que são boas. O mercado está aí, as oportunidades também. Mas dentro delas, o que eu consigo fazer bem? Depois, é necessário assegurar que os processos e as pessoas estarão alinhados com a estratégia", aponta.

Entretanto, Gondim não exerga o alto índice de executivos que temem desafios como um sinal de pessimismo.

"Isso só reforça o fato de que colocar os planos em prática não é um exercício trivial. Definir o que a empresa é e o que ela consegue ser e ainda trabalhar para buscar isso é muito difícil".

Os problemas

Entre os entrevistados, 42% afirmaram que suas companhias não estão alinhadas com suas estretégias e que algumas áreas internas sequer as compreendem e, por isso, oferecem resistência em executá-las.

A mesma porcentagem disse que colocar os planos em prática é uma preocupação porque eles exigem que os funcionários trabalhem com prioridades diferentes e muitas vezes conflitantes, ao mesmo tempo.

Estratégias pouco (ou nada) inovadoras foram apontadas como um problema por 46% dos executivos. Alinhar o método ao negócio também foi citado como um desafio por 38%. Eles disseram que as estratégias são incoerentes por "não desenvolverem as capacitações, ativos ou recursos mais importantes em toda a companhia".

"É natural que as metas não estejam muito agressivas já que, num contexto global, estamos em uma fase de transição. Muitos mercados estão na defensiva por causa de tentativas frustadas no passado", explica Gondim.

"E, sendo assim, não adianta traçar objetivos muito altos. É preciso que eles estejam em um nível que possa ser atingido", completa.

O estudo ouviu 501 líderes de empresas com receita anual acima de 500 milhões de dólares, durante o mês de março.

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