quarta-feira, 18 de junho de 2014

A primeira Copa da comunicação móvel

O smartphones, tablets e celulares consolida papel como tela prioritária dos usuários

Carlos Plácido Teixeira
Colunista Radar do Futuro - Diário do Comércio

A Copa do Mundo de Futebol será o primeiro evento verdadeiramente da comunicação móvel do planeta. Ao assistir os jogos dos 32 países, um número considerável entre as 3,6 bilhões de pessoas ligadas no evento terá utilizado smartphones, celulares e tablets, no trabalho, em lugares públicos e em trânsito. Com a proliferação de aplicativos de captação e transmissão de atrações esportivas globais, mais espectadores estão inclinados a considerar os seus aparelhos como telas em miniatura de TV.

Quase metade dos usuários de smartphones, em 11 países atentos à Copa do Mundo, diz que vai usar o seu equipamento para acompanhar jogos do campeonato, conclui uma pesquisa realizada pelo Escritório de Publicidade Interativa (IAB, da sigla em inglês). Segundo o levantamento, 45% por cento identificam a oportunidade de verificar resultados. Um terço dos entrevistados diz que que pretende assistir os jogos enquanto estiver longe de casa.

Segundo a empresa de consultoria JWT Intelligence, os espectadores fixaram o hábito de sintonizar os aplicativos de “TV em qualquer lugar”. No começo de junho a Adobe divulgou estatísticas sobre um aumento de 246% no uso dos apps, na comparação dos primeiros quatro meses de 2014 em relação ao mesmo período do ano passado. O maior impulso vem exatamente dos esportes. “Como descrevemos em nosso relatório recente sobre tendências do segmento de equipamentos de telecomunicação móvel, não apenas tablets, mas também smartphones estão se tornando uma tela principal para todos os tipos de conteúdo”, sintetiza a JWT.

Rússia - Imagine, então, os impactos das tecnologias quando for realizada a Copa do Mundo na Rússia, em 2018. Será o ano em que a Nissan e a Renault esperam ver o lançamento comercial dos primeiros carros autônomos. Grande parte dos hospitais do mundo estará usando cirurgiões robóticos, com redução de equipes de trabalho. E os sistemas de transmissão de imagens e voz, como o Skype, já estarão propiciando tradução instantânea para as conversas. O recurso, prometido pela Microsoft para lançamento ainda no final de 2014, possibilitará a conversa on line com um russo sem a intervenção de tradutores humanos.

O mercado prevê que o tráfego de dados a partir de dispositivos móveis vai crescer 11 vezes. O tráfego global terá crescido três vezes, alcançando um volume de 1,6 zetabyes, o equivalente a 1,5 bilhão de gigabytes. Segundo um estudo da Cisco, multinacional da área de infraestrutura de telecomunicações, o Brasil terá 68% da população com acesso à internet, praticamente o mesmo percentual da população com mais de 15 anos. Cada brasileiro terá, de acordo com o estudo, 3,1 equipamentos conectados à internet, sendo 55% trafegando por equipamentos móveis.

Os vídeos serão os principais responsáveis pelo aumento do tráfego, sendo que metade dos dados em circulação terá a tecnologia 4G. Nesse cenário, todos os setores de mídia e entretenimento terão, no periodo, um crescimento ainda mais acelerado e pressionado pelas tecnologias. E qualquer residência terá televisores com qualidade de transmissão semelhante à disponível em salas de cinema públicas. Em 2018, as transmissões que usam sinais analógicos de TV deixarão de existir definitivamente, de acordo com determinação do governo.

Em quatro anos, também haverá outros padrões para as transmissões, com evolução e popularização de tecnologias. Imagens em terceira dimensão, inclusive a holografia, serão mais comuns. A norte-americana Ostendo Technologies prepara o lançamento, já em 2015, de um chip que poderá criar imagens tridimensionais por meio de hologramas, projetados pela tela dos dispositivos como smartphones e tablets, sem a necessidade de óculos especiais. O chip é menor que um grão de feijão e consegue projetar vídeos em uma superfície bidimensional de até 48 polegadas. O protótipo com capacidade para armazenar seis chips e criar um holograma 3D já existe, mas só deverá estar disponível comercialmente no fim de 2015. A Ostendo pretende resolver as dificuldades do desenvolvimento do produto e tornar a aplicação da tecnologia prática e acessível, cobrando cerca de 30 dólares por chip holográfico.

INDICADORES
Avanços das tecnologias na Copa de 2018, na Rússia

Tendências
  • 68% dos brasileiros terão acesso à internet
  • Tráfego de dados por dispositivos móveis crescerão 11 vezes
  • Internet terá tradução instantânea na comunicação pessoal por vídeo
  • Demanda e oferta crescente de TV 4K
  • A transmissão analógica deixará de existir, definitivamente 
  • A TV por assinatura deve estar em 70% das residências
  • A velocidade média de banda larga no Brasil crescerá 2,5 vezes em cinco anos, saindo de 6,8 Mbps para 17 Mbps
Fonte: Cisco Technologies

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